Thymelaeaceae

Daphnopsis pseudosalix Domke

Como citar:

Mary Luz Vanegas León; Marta Moraes. 2020. Daphnopsis pseudosalix (Thymelaeaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

38.842,95 Km2

AOO:

88,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Rossi, 2019), com ocorrência no estado: SANTA CATARINA, municípios de Armazém (Kassner-Filho 3240), Blumenau (Funez 6583), Concórdia (Meyer 12), Corupá (Oliveira 2016), Florianópolis (Falkenberg 3505), Garopaba (Verdi 4533) e São Bento do Sul (Schwirkowski 2905).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 5 m de altura, endêmica do Brasil (Rossi, 2019), foi coletada na Floresta Ombrófila e na Restinga no estado de Santa Catarina, municípios Armazém, Blumenau, Concórdia, Corupá, Florianópolis, Garopaba e São Bento do Sul. Apresenta EOO=35263 km², AOO=80 km² e sua população encontra-se severamente fragmentada. O estado de Santa Catarina (905 há) ainda possui altos índices de desmatamento (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A intensidade da exploração madeireira, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região do sul do Brasil (Medeiros et al., 2005). A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. Além disso a especulação imobiliária exerce enorme pressão sobre os remanescentes florestais da Mata Atlântica (Simões e Lino, 2003). Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza. Diante o exposto, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat, além de potencial redução nos valores de AOO. Assim, Daphnopsis pseudosalix foi considerada Em Perigo (EN) de extinção neste momento. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, censo e tendências populacionais, busca por novas áreas de ocorrência) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de áreas protegidas) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Último avistamento: 2018
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Notizblatt des Botanischen Gartens und Museums zu Berlin-Dahlem 12: 724–725. 1935.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Vegetação de Restinga
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 3.5 Subtropical/Tropical Dry Shrubland
Detalhes: Árvores de até 5 m de altura (Funez 6583), ocorrendo no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica, em Florestas Ombrófilas e Restingas (Rossi, 2019).
Referências:
  1. Rossi, L. Thymelaeaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14946>. Acesso em: 29 Nov. 2019

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present local high
O município de Concórdia (SC) com 79988 tem 13957 (17%) de seu território convertidos em pastagem (MapBiomas, 2019). O município de Armazém (SC) com 17358 tem 5274 (30%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2019).
Referências:
  1. MapBiomas, 2019.http://plataforma.mapbiomas.org/ (acesso em 28 novembro 2019).
  2. Lapig, 2019. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 18 novembro 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present local high
O município de Concórdia (SC) com 79988 tem 23015 (28%) de seu território convertidos em cultivos agrícolas (MapBiomas, 2019).
Referências:
  1. MapBiomas, 2019.http://plataforma.mapbiomas.org/ (acesso em 28 novembro 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present regional high
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018)
Referências:
  1. Hay, J.D., Henriques, R.P.B., lima, D.M., 1981. Quantitative comparisons of dune and foredune vegetation in restinga ecosystemsin the State of Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Biologia 41(3): 655-662.
  2. Rocha, C.E.D., Bergallo, H.G., Van Sluys, M., Alves, M.A.S., Jamel, C.E., 2007. The remnants of restinga habitats in the Brazilian Atlantic Forest of Rio de Janeiro state, Brazil: Habitat loss and risk of disappearance. Brazilian Journal os Biology 67(2): 263-273
  3. Carvalho, A.S.R., Andrade, A.C.S., Sá, C.F.C, Araujo, D.S.D., Tierno, L.R., Fonseca-Kruel, V.S., 2018. Restinga de Massambaba: vegetação, flora, propagação, usos. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ. 288p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present regional high
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Em Santa Catarina foram desmatadas entre 905 ha 2017 e 2018.
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território São Paulo - 20 (SP) e Território Chapecó - 22 (SC).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.